- Ano: 2013
Descrição enviada pela equipe de projeto. Mais fotos do projeto
Imprevisíveis mudanças climáticas ao longo de comunidades costeiras vulneráveis no mundo, produziram algumas soluções de design fascinante que testam a resistência das possibilidades arquitetônicas e a necessidade de adaptação do que vai produzir essas mudanças. A comunidade costeira de Makoko, um bairro de periferia no entorno da Lagoa Lagos, em Lagos, Nigéria, está recebendo uma atualização para uma solução já corriqueira, a palafita. O NLE Architects, com o patrocínio do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e a Heinrich Boell Foundation, da Alemanha, projetou a Escola Flutuante de Makoko, a primeira fase de três que vai transformar essa comunidade de casas flutuantes e interligadas. A construção do projeto começou em outubro de 2012 e foi concluída no mês passado com aprovação de grande parte da comunidade e visitantes da ONU.
A Escola Flutuantes de Makoko, assim como todos os projetos pensados, faz uso de materiais e recursos locais para a produção de uma arquitetura que se aplica às necessidades das pessoas e reflete a cultura da comunidade. A madeira é utilizada como o principal material, é a estrutura e o acabamento. A composição geral do projeto é uma seção triangular A-Frame. A Escola é fechada parcialmente por ripas ajustáveis de madeiras que funcionam como persianas. As salas de aula estão no segundo pavimento e são cercadas por um espaço verde público, há também um parque infantil e um sala de aula ao ar livre na cobertura. O NLE também aplicou estratégias para tornar a arquitetura flutuantes sustentável, através de células fotovoltaicas na cobertura e incorporando um sistema de captação de água da chuva. A estrutura também é naturalmente ventilada e arejada.
Mas como flutua? A estrutura completa repousa sobre uma base de barris típicos de plástico. Esta solução simples reflete uma reutilização dos materiais disponíveis que podem fornecer múltiplos usos. Estes tambores da periferia da base podem ser usados para armazenar a água da chuva em excesso a partir do sistema de captação.
A segunda fase do projeto incluirá a construção de casas individuais que seguem a mesma estética da Escola. Estes elementos serão capazes de ligar um ao outro ou podem flutuar de forma independente. A fase três será o desenvolvimento de uma grande comunidade de arquitetura flutuante. Uma vista aérea de Makoko mostra como menos densas as casas tornam-se quando se aproximam mais e mais da lagoa. A arquitetura, como existe hoje, é apoiada sobre palafitas. A visão do NLE trará uma nova camada de casas flutuantes logo além de onde está indicada a Escola Makoko no mapa.
Em grande parte auto-sustentável e auto-gerida, a comunidade de pescadores neste verão passado, foi destruída e teve seus moradores expulsos e despejados para o saneamento da orla. O que tornou o futuro de Makoko obscuro no que diz respeito aos padrões políticos e ambientais. Mas o projeto do NLE e o desenvolvimento de uma comunidade sustentável flutuante, além do apoio das Nações Unidas, indica que a comunidade está ansiosa para resistir.
A Escola Flutuante de Makoko não é o único projeto com conceito de arquitetura flutuante que combate as imprevisíveis mudanças climáticas e diferenças no nível do mar. No ano passado foi apresentado escolas flutuantes em Bangladesh, com o apoio de uma organização sem fins lucrativos, Shidhulai Swanirvar Sangstha executadas pelo arquiteto Mohammed Rezwan. Enquanto isso, o escritório baseado na Holanda, Waterstudio, desenvolveu numerosos soluções de design para casa construídas em alto mar, além também de abrigos de emergência.
As imagens são cortesia de Design Boom